PORQUE UMA BIKESCOLA?

Boa tarde amigos e amigas da Cami.

       Essa história de bicicleta tem muito tempo, ainda muito criança, lá pelos meus três anos de idade ganhei minha primeira bicicleta, era de três rodas, e lembro como e fosse hoje o dia em que fui buscar a mesma no Bazar Natal aqui em Canoas. O Bazar Natal tinha de tudo o que vocês possam imaginar, e está até hoje funcionando no mesmo local, na esquina da rua Brasil com Coronel Vicente.

     Claro que são flasches de memória que guardo como lembranças. Aquela pequena bicicleta era a condução da minha casa até a casa da vizinha Dona Mariquinha, de onde lembro do dia em que me mudei para o local onde até hoje moro. Naquele dia fui com a minha pimeira bike até a vizinha junto com minha mãe Sofia. Era o ano de 1967, e daquele tempo em diante lembro que certo dia tirei a minha pequena bike de trê rodas que ficava em baixo de nossa nova casa.

     A garota tava toda enferrujada e nessa data eu já estava mais velhinho, devia ter uns cinco ou seis anos., sentei na bike que simplesmente perdeu todas as rodas, fiquei frustrado, minha primeira bike literalmente abriu as rodas, hehehe.

            Nessa época o homem se preparava para pisar pela primeira vez na lua, uma história a parte, da qual me recordo claramente e o Elvis fazia tremendo sussesso, o que ainda hoje faz!

         Voltando  a bicicleta e minha história, a próxima bike foi uma de duas rodas, que tinha rodinhas atrás, os pneus lembro que eram de borracha macisça, era um colosso minha bicicleta.

Nessa foto da para conferir.

foto oriom pequeno

          Nessa pequena bicicleta é que aprendi a pedalar. E foi meu querido irmão Elio Elias Pinto quem me ensinou.

      Numa tarde ele me pegou e disse que ia me ensinar, e retirou as rodinhas e me levou a um campinho ( cancha de terra onde a garotada jogava bola, que ficava ao lado de nossa casa, junto a Associação do Funcionários da CEEE do RS). No campinho começou a me empurrar, mas logo em seguida me largou, cai muitas vezes, me esfolei todo, o sangue corria nos joelhos e também doia muito, mas foi insquecivel, foi um dos dias mais felizes de minha vida, ali aprendi a andar de bicileta. Meu irmão me proporcionou isso, e hoje fazem 16 dias que ele faleceu, que esteja num lugar melhor pois sei que merece.

        Essa pequena bicicleta ficou comigo até eu crecer e se deteriorar, lembro que ia passear com ela na praça do  Avião aqui em Canoas, levado pelo cunhado João Pedro e minha irmã Ondina, a praça ainda tinha uma picinna de azulejos em baixo do avião,naquela época.

      Então, passsados os anos, minha próxima bicicleta foi uma monareta verde, que tive muitas alegrias, esta vendi para ajudar a construir a casa. Eu era pequeno e lembro que ouvi meu pai dizendo a minha mãe que estava com pouco dinheiro para comprar material para reformar a cozinha, então, sugeri vender minha bike para comprar cimento, e assim fiquei sem minha monareta verde.

      Foram alguns anos difícieis para mim, que era um garoto, uma vez que a maior diversão da época era andar de bicicleta e jogar bola.

     Papai  Noel existe!

       Num belo Natal estava como de costume esperando a data, ia ganhar com certeza algum presente. Eram três as datas de presentes: aniversário, dia das criaças e Natal.

              Sempre um tanto impaciente buscava me cercar de informações para saber o que ia ganhar, e a promessa era que tinham encomendado uma metralhadora de plástico, daquelas que puxando o gatilho faziam um barulhão.

                  Eu não sussegava nem um pouco, precisava ver o presente e procurei por toda casa, dentro dos guarda roupas e todos os prováveis lugares e nada. Chegou o Natal e na noite estávamos na casa de minha irmã que ficava no bairro Niterói. O tempo não passava, disseram que o presente tinha ficado em casa, era uma tortura, eu viajava em pensamentos, sonhava com a metralhador de plástico. Este era o presente prometido e estava contente com ele, a bicicleta nem passava por minha cabeça em ganhar.

              Lembro que no verão o passeio mais esperado era andar no centro de canoas e ver as lojas que naquela época tinham vidraças, a preferida era a antiga JH Santos,  e as luzes ficavam acesas, dava pra ver as bicicletas e sonhar.

               Então, foi o jantar, a sobremeza e nada, eu torturado pela ansiedade, até que chegou o momento de voltar para casa e pegar minha metralhadora de plástico.

             Chegamos em casa, uma casa toda de madeira, bem antiga, nela lembro pulei muito no sofá da sala no ano de 1970, quando fomos capeães mundias de futebol, lembro da vibração e do gol de Pelé.

             Dentro de casa fui olhando e nada,… e me disseram que estava em cima da cama de meus pais, em seu quarto, sai e fui correndo, e ali sei que até aquela data não tinha tido nenhuma emoção semelhante.

             Abri a porta e brilhava uma monatera vermelha, novinha, linda, toda minha, caí em pranto, chorava que nem uma cachoeira, soluçava, não acredtiva no que via, era uma bicicleta, sonho de criança, como é bom!!!!

                  Dias e anos felizes, minha bicicleta ficava lá, na peça do banheiro e do tanque de água, onde minha mãe lavava roupas.  O banheiro éra só para banho pois o que hoje chamamos de vaso sanitário era um buraco nos fundo de casa, com uma casinha feita de madeira.

                 Acordamos certa manhã, e minha mãe disse que arrombaram a casa, e que tinham levado algumas roupas, esses eram os maiores furtos da época. Assim fosse verdade, fui olhar e minha monareta vermelha tinha sido levada, eu não acreditava, porque alguém iria fazer uma maldade daquelas comigo, chorei então.

         Fiquei mais uma vez sem bike. Um dia achei um quadro de bicicleta velho em um lixo perto de casa, e é claro trouxe pra casa, olhava, sonhava, mas não passou disso, sem dinheiro, nem experiência, o sonho de tranformar aquilo em um bicicleta se foi. 

         A mãe sabe o que faz um filho feliz. Minha mãe nunca teve emprego, mas sempre foi prendada, Fazia tudo que é tipo de trabalhos manuais, desde pintura, costura, bordados e artezanatos, e com isso um dia me levou a passear, e foi então que ganhei minha terceira monareta, essa era marrom e dobrável, usada, mas não menos linda que as outras.

         Essa com o passar dos anos eu não vendi, nem dei, apenas deixei em uma chácara que foi da famíla, para quem fosse lá pudesse usar. 

         Ficou como minha bike até completar dezoito anos de idade, quando ganhei de meu Pai uma caloi 10 dourada.

         Como são as coisas, anos passam e voltamos a nossos antigos sonhos. 

         A caloi dez foi vendida, pois tive uma moto, depois um carro e casei. Casado comprei duas Ferraris, era a marca das bicicletas que comprei, direto de uma fábrica no município de Nova Santa Rita. Com elas eu e a Lílian pedalamos muito, até que fomos convidados por meu sobrinho, Fábio Elias Pinto, sim, filho do Elio meu irmão.  Ele disse: Então tio,, vamos pedalar em Lomba Grande.

      Dali pra cá a bicicleta voltou a fazer parte de minha vida.

       A CAMICLETA são dois em um, bicicleta com caminhão, cami de caminhão e cleta de bicicleta, por isso o motorhome é apenas um, estava faltando a cleta. E quem podia melhor representar a Cleta do que algo que fosse o sonho das crianças, andar de bicicleta. Bom, pelo menos o meu sonho era.

     Fico penssano o que fazer para mudar a  vida das pessoas, com algo que traga felicidade,e se pra mim trouxe, também pode trazer para outras pessoas.

      Assim, a Bikescola começou a nascer nessa idéia. Ensinar pessoas adultas que nunca andaram de bicicleta a pedalar.

       Claro que precisa de preparação para isso, não podemos oferecer algo e frustar o aprendiz. Como fiz então? Lancei no facebook uma chamada para ver se tinha algum interesse. Apareceu minha sobrinha, que será minha primeira aprendiz.

           Comprei uma bike e fiz algumas transformações que da para ver pelas fotos.

 Como era:Bike antes de rebaixar

 

 

  Deixei o quadro livre para os cortes e soldas.

Cami (1)

Corte no quadro para rebaixar o banco.

Cami (2)

Detalhe da solda onde rebaixei o quadro

Cami (4)

 Aqui colei dua chapas para reforçar o quadro que rebaixei.

Cami (6)

 Assim ficou após baixar o suporte do bando.

Cami (3)

         Fiz essa alteração para aproximar o banco do solo, uma vez que para aprender a pedalar é preciso que o aprendiz coloque os dois pés no chão.

        Assim vamos construindo mais um sonho, quem sabe podemos fazer alguém feliz ao aprender a pedalar, levando a bikescola junto da Cami.

       Fiquem com Deus e até a próxima.

 

 

                  

             

 

 

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